quarta-feira, 23 de abril de 2008

Enquanto isso, no trânsito de Belo Horizonte...

Dirigindo pelas ruas de BH, fico pensando o significado de um simples gesto, ou melhor, de uma simples omissão: o motorista da capital mineira já não dá seta para alertar os demais usuários das vias públicas sobre suas manobras de conversão. Aliás, este descaso com os que convivem no trânsito já vem sendo apontado como característica do motorista belorizontino.
Mas não é a única. A esta idiossincrasia somaria a mania de fechar cruzamentos, de acelerar quando alguém dá seta (?) e pede passagem – vai ver que é por isso que ninguém mais usa a tal alavanca da esquerda –, ou a nova onda, muito apreciada por motoristas de ônibus, que consiste em avançar sinais recém avermelhados. É isto mesmo, não me avisaram, mas parece que o antigo sinal amarelo foi substituído pelo que eu chamaria de “vermelhinho” (“Mas ele tinha acabado de ficar vermelho, seu guarda!).
E as filas duplas nas portas de escolinhas e colégios freqüentados pelos filhotes da classe média alta da Tradicional Família Mineira? Quem nunca viu a Av. do Contorno engarrafada e, depois de meia hora retido entre a Av. Amazonas e a trincheira, pôde ver a doce cena de uma mamãe deixado seu pimpolho de mais ou menos dezessete anos na porta de um colégio ali instalado? E aqui só se fala de um colégio...
Acho que o descuido com a seta diz muito do motorista e, a meu ver, diz mais ainda do sujeito que se posiciona entre o banco e o volante de um carro. Atrás dessa simples e habitual omissão pode-se antever alguém que não enxerga para além do próprio umbigo; que se acha soberano a ponto de não precisar anunciar seus movimentos àqueles que com ele dividem o direito de se locomover no trânsito com segurança. Quanto aos que se dedicam a fechar cruzamentos, mostram-se egoístas e infantis a ponto de pensarem que, se eles não podem ir, o resto da cidade também ao pode. Já com relação aos dirigidores de veículos pesados que avançam sinais “vermelhinhos”, para mim, não passam de covardes, porque certamente não fariam isso com tanta arrogância se estivessem montados numa motocicleta.
Ah!!! E há os motoqueiros, que merecem um texto à parte, tamanho o prazer que traz o convívio diário com seus abusos... Quanto a esta classe especial, neste momento, eu me limito a chamar a atenção para um vezo que marca seus integrantes: já repararam na mania dos motociclistas de, enfileirados logo embaixo do sinal, ficarem admirando as “máquinas” uns dos outros? Não sei, mas a impressão que dá é que eles olham para ver qual é maior...

Barroso da Costa

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